Mercado projeta crescimento superior a 10% neste ano e já começa a sentir os efeitos positivos da Copa e Olimpíada
Regiane de Oliveira Faustino Pereira assumiu neste ano a presidência da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp). Anteriormente, foi diretor da Varig, da Iata, da rede Tropical e do escritório da Royal Caribbean Brasil. E, em meio às boas notícias de crescimento do mercado de turismo corporativo, afirma que as empresas têm que começar a se preparar para receber, já em 2011, os organizadores dos mega eventos esportivos que o Brasil vai sediar nos próximos anos. Para ele, para começar falta uma coisa básica: aeroportos.
O mercado de viagens corporativas já se recuperou do impacto da crise financeira internacional, que ainda atinge outros segmentos de lazer no Brasil, como os resorts?
Seguramente. O ano passado não teve nada de semelhante com 2009. Eu diria mais: o Brasil não foi tão fortemente impactado pela crise financeira internacional. O maior impacto foi sentido, eu diria, em razão de algumas ações preventivas, principalmente adotadas por empresas que são globais e que adiaram, em 2009, algumas viagens anteriormente programadas. Em 2010, bem ao contrário de um cenário de crise, as viagens corporativas registram forte aquecimento de demanda. O transporte aéreo para o segmento das viagens de negócios está com volume 30% superior em relação ao ano passado -- o que éumamarca fantástica, longe de dar sinais de fraqueza.
Quais foramos resultadosde 2010?
Considerando que o volume de passageiros cresceu de 20% a 30%, comparado ao ano de 2009, a expectativa da Abracorp é fechar 2010 com faturamento total de R$ 7,5 bilhões a R$ 8 bilhões -- o que representa, em termos de movimentação de receita, um aumento percentual que não é tão expressivo assim. Para 2011 projetamos elevar entre 15% a 20% o volume de passageiros. Algumas empresas aéreas já trabalham com esses números. Porém,uma coisa é certa: o mercado de viagens corporativas, em 2011, vai crescer acima de 10%. A dúvida é saber se atingirá os 15% ou 20% esperado.
Qual a estratégia das empresas para disputar os aeroportos no fimde ano com os turistas de lazer?
Observamos que, comparado a iguais períodos anteriores, a movimentação das viagens de negócios no final do ano de 2010 foi maior. Não há como evitar eventuais atrasos de voos, mas temos como minimizar seus efeitos para os viajantes a negócios, e isso inclui adotarmedidas compensatórias. Por isso, temos de dar assistência aos principais clientes, mantendo equipes de apoio nos aeroportos. Esse tipo de assistência se impõe, agora, com mais intensidade, gerando custos operacionais com remarcações, por exemplo. Custos que não deveriam existir, caso tivéssemos uma infraestrutura aeroportuária adequada.
Quais segmentos apresentaram maior demanda em 2010?
As principais demandas vieram do setor bancário, que possui fortes investimentos em eventos de treinamento da sua mão de obra e das suas atividades administrativas-- ambos requerem o deslocamento de colaboradores por toda a extensa distribuição de rede que essas corporações possuem, abrangendo o país inteiro. Telecomunicações e farmacêutico são outros setores que, tradicionalmente, consomem muito os produtos de viagem. A petroquímica não diminuiu o seu ritmo, até em função de tudo o que está acontecendo no setor, com os estudos que impõe o deslocamento de pessoas envolvidas no pré-sal.
Qual a expectativa para 2011?
Para 2011 observamos a tendência de aumento do número de viagens em razão dos mega eventos esportivos. Elas já começaram a ocorrer em função da prévia organização, que mobiliza vários segmentos. É um engano supor que a Copa do Mundo ou as Olimpíadas são eventos com duração de apenas um mês. Muitos profissionais a serviço, pormotivação de trabalho ou negócios, já estão vindo ao Brasil ou viajando para diferentes lugares -- para participar de integrações, seminários, encontros preparatórios, entre outras atividades que orbitam na realização desses dois megaeventos. Portanto, seus efeitos também já se fazem sentir no segmento das viagens corporativas e devem ser intensificados em 2011. E isso émuito bom, até para evidenciar que a Copa e as Olimpíadas geram efeitos para o segmento sem uma data de início e de término.
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